sábado, 28 de novembro de 2009

Transcendendo a procriação



Estava aqui pensando, qual seria a explicação para nosso impulso, às vezes irrefreável, para a procriação. Mas estava pensando em algo para além de "perpetuação da espécie" ou de todas aquelas razões afetivas ou sexuais que nos levam a trazer mais de nós ao mundo.

O questionamento me surgiu a partir da teoria de que casais que convivem por muito tempo passam a ser fisionomicamente parecidos. Se é realmente assim, imagino que as pessoas passem a conviver tão harmonicamente que culminem por exteriorizar na aparência física a máxima que passaram a vivenciar: "amar o próximo como a si mesmo". É possível que esses casais comecem a ficar tão acostumados um com o outro que passem a assumir uma identidade semelhante, quase se tornando uma só pessoa. ...É o anseio pela unidade.

Eu imagino que todos nós, animais ou seres humanos, por provirem de uma mesma fonte, tendemos a buscar novamente a unidade. Talvez essa seja a única razão porque nos apaixonamos e temos nossos filhos - nós buscamos, no mais profundo de nossos seres, retomar a unidade original.

A ânsia por essa unidade não se esgota num único ser, mas é naturalmente uma energia atrativa que nos une uns aos outros, conforme o grau de afinidade. ...E se continuássemos por esta senda, todos os conceitos morais que regem nossa sociedade estariam derrubados, dependendo do tipo de afinidade em questão.

Mas o ser humano, na condição de animal racional, tem por desafio existencial chegar ao ponto em que perceba o liame entre suas ações de natureza animal e a potencialidade de seu espírito, através do seu livre arbítrio. Talvez eu seja uma visionária, mas consigo imaginar um conceito de inteligência superior, mais evoluída, em que a ligação entre todos nós, oriundos de semelhantes vertentes da mesma fonte, possa ocorrer de maneira tão sutil e intensa que dispense a necessidade de contato físico.

Como diria J.C., "A casa de meu Pai tem muitas moradas". Quantos mundos em dimensões ocultas existem, e como transcendê-los, é a árdua tarefa de nossa Samsara. Como sair da roda das infinitas encarnações sem buscarmos a união através de uns com os outros, mas diretamente com a fonte do espírito - esse é o desafio maior da existência.

Aviso aos amigos que não faço uso de nenhum tipo de alucinógeno, embora isso não seja crível, considerando tudo o que escrevi acima!

Um profundo namastê a todos.




Coisas que eu não devo esquecer...

Uma lagartixinha bebê se chegou para o meu lado.


"Tem sangue frio - réptil", de pronto pensei.


...Mas o mundo espiritual me sussurrou com doçura:


"Tem coração! Se tem coração, tem amor!"


E lembrei de um dia, há quase onze anos, quando descobri que algo do tamanho de um grão de feijão crescia em meu ventre, e já tinha coração!!!


...Talvez seja por isso que guardo essa ternura maternal por lagartixinhas bebês.






Para meu filho Vinícius, cujo amor tanto me transforma!!!!! :)




Perdoar e Perdoar-se





"O único homem que está isento de erros, é aquele que não arrisca acertar"
(Albert Einstein)




"Cada um é responsável pelas culpas que carrega.

Transferi-las aos outros não alivia seu peso.



Não há quem nos liberte de nossas culpas,

a não ser o futuro de nossas próprias ações.



O passado não se emenda,

mas o perdão de si mesmo

se conquista."


"Intuido" em 31.03.2009, por Flor da Lama.