quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Diferença entre MENTIR e OMITIR.

MENTIR:

Quem mente inventa uma história e se justifica das mais diversas formas. No campo afetivo há quem sustente que mentiu "por amor", ou "para preservar" quem supõe amar; há quem minta por medo de perder o ser amado... Aqui eu faço o primeiro adendo.

Quando se ama um ser, pressupõe-se que exista respeito.  Se há mentira, não há respeito. E assim o ser que se supõe amar acaba sendo rebaixado à categoria de objeto. Quem mente para o ser amado o está tratando mais como um objeto do que como um ser. Objetos não são sujeito envolvido em relação de respeito.

Segundo adendo:

Se há mentira, não há respeito. Porque o respeito pressupõe honestidade. Respeito pressupõe franqueza. Quem inventa uma história, sob qualquer pretexto, não está tratando dignamente o ser supostamente amado. Por outro lado, objetos não tem dignidade... Trate um ser humano como um objeto, e você estará retirando toda a sua dignidade.

OMITIR:

Omitir é uma palavra bonita da qual o mentiroso se utiliza para convencer a si mesmo de que não fez nada errado. Quem omite, no campo afetivo, se justifica pelos mesmos caminhos tortuosos que o mentiroso o faz. Quem omite se acredita coberto de razão. Quem omite tem sempre a frase pronta: "Eu não menti, apenas omiti". A quem omite, na maioria das vezes, falta-lhe a CORAGEM de dizer a verdade.

QUE DIFERENÇA FAZ?


Que diferença faz para quem inventa uma história ou não conta a verdade se está mentindo ou omitindo? Logicamente, é melhor acreditar-se limpo de mentiras, coberto pelo manto justificativo da omissão, que afasta do coração do homem a mancha da culpa.

Mas que diferença faz para quem é mantido numa falsa percepção da realidade, seja pela mentira ou pela omissão?  Não faz diferença alguma.  Quem sofre a mentira ou a omissão sente-se enganado da mesma forma, porque enquanto a realidade acontecia de maneira totalmente avessa ao que supunha, foi mantido na ignorância da verdade. Foi mantido iludido. 

O fato de ignorar a verdade por conta de uma mentira ou de uma omissão não muda em nada a condição daquele para quem se mentiu ou omitiu algo. Ele foi mantido enganado. Foi tratado indignamente. Não foi tratado com respeito, nem com honestidade, nem com franqueza. Não cogitamos dispensar respeito, honestidade nem franqueza a um objeto. 

 Quem mente ou omite não diferencia pessoas de objetos: objetos existem para serem usados. Pessoas existem para serem respeitadas.