domingo, 24 de outubro de 2010

Metade (Oswaldo Montenegro)




"Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

...Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que eu lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...







Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...


...E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também. "

"Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas" (Mateus 7:6).

Parei para pensar em todos os meus fracassos afetivos, e acabei me perguntando (sem querer ser presunçosa) se todo meu insucesso nesse campo não se deveria ao fato de eu escolher sempre porcos a quem ofertar minhas pérolas.
Não se ofertam coisas nobres aos que não lhes reconhecem o valor - é desperdício, perda de tempo.



O problema deve ser mesmo comigo...
Deve ser aquela quadratura com Saturno, no meu mapa astral.
Deve ser o fato de eu não tolerar machismo – nem em mim mesma e muito menos nos homens.
Deve ser porque tenho essa intuição quase mediúnica, que me mostra com clareza todos os jogos infantis com que os meninos de todas as idades procuram sempre nos envolver – mentiras faladas, mentiras juradas, mentiras para não magoar, mentiras.
...Estou farta de equívocos. Exausta.
Que o mestre Osho me ilumine!