"Que felicidade estar o futuro oculto à criatura e, quando seu cérebro cria complacentemente as perspectivas do futuro feliz ao qual aspira, não vir a mão da fatalidade descerrar o véu da ilusão para lhe mostrar em toda a sua nudez a realidade da vida! A criatura morreria se pudesse abranger com um olhar liberto o sombrio abismo do futuro.
Assim, a pobre Siomara se embala com sonhos que jamais deviam se realizar, experimentando a única felicidade a qual nada perturba neste mundo: a de pensar possuir o que desejava, de gozar o bem a que aspirava.
É lentamente que a fatalidade destrói as esperanças e as ilusões da criatura, e a obriga a fixar o caminho escalvado e pedregoso de seu destino;
e é tal a elasticidade do coração humano
que o hábito embota o horror da perspectiva,
ela arvora novas esperanças
e seu cérebro dócil cria outras perspectivas de felicidade."
John Wilmot, o Segundo Conde de Rochester, rebelde provocador e gênio literário da restauração inglesa do século XVII, nascido em 1° de abril de 1647 e morto aos 33 anos de idade, em 26 de julho de 1680.Único em sua retórica e enloqüência, brilhante e absolutamente sedutor, após uma vida de excessos converteu-se, no leito de morte, ao Cristianismo, depois de pedir tempo de vida suficiente para reparar uma injustiça, e ser atendido.
No cinema, foi interpretado por Johnny Depp, no filme "O Libertino".
